Vinícius Júnior levou 11 minutos para fazer o que o Flamengo não vinha conseguindo, apesar da enorme superioridade sobre o Emelec, na última quarta-feira (14).
Antes, o time equatoriano havia aberto o placar em sua primeira finalização certa: aos 64’, com Bryan Ângulo. Castigo para um Flamengo que teimava em perder boas oportunidades, em noite nada inspirada de Henrique Dourado como referência no ataque.
Quando Vinícius entrou, foi para ocupar a faixa direita do ataque. Paquetá, que estava por ali, passou a jogar mais centralizado, e Vinícius transformou a noite do lateral-esquerdo Óscar Bagüí, que aos 35 anos tem mais do que o dobro de sua idade, num inferno.
Vinícius Jr teve 27 minutos de jogo: deu 12 toques na bola (menos até do que Diego Alves), foi incisivo, arriscou, driblou, buscou o passe diferente e finalizou. Mudou o jogo, se apresentou de verdade como jogador de futebol. A vitória é toda dele.
Vinícius foi o jogador rubro-negro que menos tocou na bola: 12 vezes. Mas foi quem mais resolveu com ela em seus pés. É por isso que sua atuação, histórica, foi tão significativa: o camisa 20 driblou, arriscou e resolveu. As suas duas finalizações fizeram o que outras 18 não conseguiram: se transformar em gol.
Decisivo no mais absoluto sentido da palavra.
Os gols transformaram Vinícius, de 17 anos, no jogador do Flamengo mais jovem a estufar as redes na Libertadores, ultrapassando Felipe Melo. O atual palmeirense tinha 18 primaveras completadas quando deixou sua marca contra a Universidad Católica do Chile, em 2002.
Mais importante: garantiu três pontos, acabando com a seca de três jogos sem vitórias jogando fora de casa. A última delas, em 2014, justamente contra o Emelec. Ano de Copa do Mundo, assim como é 2018.
Na comparação exagerada, mas irresistível já que apenas Neymar deixou o Brasil por um preço maior (322 milhões de reais (cerca de 90 milhões de euros) então pagos pelo Barcelona por 'Ney', frente aos 64 milhões de reais (45 milhões de euros) despejados pelo Real Madrid pelo rubro-negro), Vinícius também bateu uma marca interessante.
Enquanto o atual jogador do PSG levou pouco mais de 230 minutos para fazer o seu primeiro gol em Libertadores, no seu terceiro jogo. Vinícius resolveu a parada em 11, no seu primeiro.
Uma curiosidade, apenas. Até porque Neymar já era o melhor jogador do seu time na época, enquanto Vinícius ainda alterna jogos como reserva e titular. O ex-jogador do Santos, naquela altura, era muito mais pronto e muito maior.
Mas Vinícius já está começando a decidir... e pede passagem para se garantir entre os titulares de Carpegiani.