Rhodolfo e Réver fizeram, pela primeira vez desde o início de uma partida, a dupla de zaga na vitória por 2 a 0 do Flamengo sobre o São Paulo, domingo (02), pelo Campeonato Brasileiro. E ainda que o Rubro-Negro tenha a segunda melhor defesa da Série A [com 8 gols sofridos, atrás apenas do líder Corinthians e empatado com o Santos], os respectivos camisas 3 e 15 passaram uma confiança que há tempos o torcedor não vê.
Titular inquestionável entre os laterais da equipe armada por Zé Ricardo, Réver confessou que antes de enfrentar o pressionado time paulista, temia a falta de entrosamento com o novo contratado, que fez apenas a sua terceira partida. Entretanto, a escolha pela dupla deu certo.
Desde que Rhodolfo estreou pelo Fla, entrando no segundo tempo da goleada por 5 a 1 sobre a Chapecoense, o Rubro-Negro não levou gols - o tento anotado pela Chape aconteceu minutos antes. Mas será que foi apenas a presença do jogador de 30 anos que revolucionou o sistema defensivo do Fla?
Em um futebol no qual todos os jogadores, inclusive os de ataque, têm a obrigação de trabalhar na fase defensiva, creditar exclusivamente à zaga o sucesso ou culpa pelos gols sofridos é algo que não pode mais acontecer. A exceção é quando acontece uma falha individual.
“Ficamos felizes com as atuações, não só de Réver e Rhodolfo, mas sim do time como um todo. O time vem se comportando muito bem”, afirmou Réver em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (03). Os elogios vieram por duas razões principais: o excelente desempenho ao frear as tentativas de Lucas Pratto [que de 5 arremates arriscados, acertou apenas 2 na direção correta], e pelo fato de Juan e Rafael Vaz – por razões diferentes – não inspirarem tanta confiança dentro de campo.
Entretanto, vale lembrar que de três partidas com Rhodolfo duas foram dentro de casa – e o ‘fator campo’ vem se mostrando cada vez mais decisivo desde a estreia da chamada Ilha do Urubu. Além disso, a prova de que todo o sistema defensivo vem ajudando nos bons números está no scout da partida contra o São Paulo. Não foram Réver ou Rhodolfo os jogadores que mais roubaram bolas, retomaram o esférico para iniciar jogadas ou mais participaram de divididas: foram Éverton e Cuéllar [3 roubadas de bola], Diego [retomou a posse 12 vezes] e Guerrero [20 divididas, sendo 13 com sucesso].
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Ainda que Rhodolfo passe mais segurança ao compor a zaga com o capitão do time, seja pelo melhor vigor físico em relação a Juan ou por ter mais habilidade do que Vaz, o Flamengo de Zé Ricardo ainda está longe de ser dependente exclusivamente de uma dupla de zaga específica para mostrar que é efetiva. E quem agradece é o próprio time, em ascensão no Campeonato Brasileiro.