A demissão de Oswaldo de Oliveira foi anunciada nesta sexta-feira (9), dois dias após a confusão com o repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência, depois do jogo entre Atlético-MG e Atlético-AC pela primeira fase da Copa do Brasil. No entanto, segundo o presidente 'alvinegro', Sérgio Sette Câmara, a decisão de demitir o ex-treinador não tem ligação alguma com a polêmica e foi tomada levando em consideração somente os resultados ruins e as exibições lamentáveis do 'Galo' neste início de temporada.
"Eu, primeiramente, gostaria de dizer que lamento muito a perda do Oswaldo, uma pessoa espetacular, de excelente caráter. Uma pessoa que, com absoluta certeza, sinto muito a saída dele. Essa semana passada, Oswaldo teve um problema sério. Teve que contar com ajuda de médicos, era importante. Teve que se submeter a uma cirurgia dentária de muitas horas, teve que tomar antibiótico, ficar de repouso. Não comandou o time em Patos", afirmou, em entrevista coletiva nesta manhã.
"Na terça, viajei com ele... Ele ainda estava debilitado, com 68 anos. Devia estar sentindo ainda. No dia do jogo, obviamente que todos nós sentimos muita tensão. Foi um jogo difícil para todos nós. Tínhamos a obrigação de classificar e de fazer uma partida convincente. Isso não aconteceu. Sofremos muito. Obviamente, ele sofreu bastante, calor imenso na cidade de Rio Branco, fora toda a questão da dificuldade que o time passou", disse.
"No vestiário, a gente sentiu um vestiário difícil, duro. Todo mundo tem consciência quando faz uma boa partida ou não. Veio a classificação, mas diante de um adversário mais fraco, mas mais organizado, aguerrido. Todo mundo ficou muito chateado. Acredito que ele também. Na entrevista coletiva, eu não estava presente. O que eu estou dizendo aqui é daquilo que eu colhi, daquele material que a minha comunicação me entregou. Pude perceber que ele respondeu a todas as perguntas que foram feitas, bem ou mal... Mas respondeu", lembrou.
"Deu para notar que a pergunta desse jornalista (Léo Gomide) o deixou irritado, mas ele respondeu. Quando ele passava a responder a pergunta do jornalista Cláudio Rezende, alguma coisa foi dita do lado direito e ele tomou a atitude que ele tomou. Não estou dizendo que foi a atitude mais correta, mas ninguém tem sangue de barata para ouvir um xingamento e ficar parado. Todo essas situações: quadro pós-operatório, calor, tensão, contribuíram para o momento dele tirar satisfação", avaliou.
Sette Câmara também questionou Léo Gomide, que garante não ter dito nenhum palavrão na confusão com Oswaldo. "Me preocupa muito o fato deste jornalista não ter se retratado. Ele poderia muito bem ter dito: 'errei, vou me retratar'. Nem seria problema, porque todo mundo erra. O culpado foi o repórter. Ele, ao fazer aquilo, não xingou só a pessoa, mas o funcionário do clube. A instituição se sentiu arranhada. Se for o caso, vamos procurar medidas legais", reclamou.
"Não tem caça às bruxas, não tem nada. É função do jornalista fazer qualquer tipo de pergunta, a mais aguda, a mais ácida. Todos aqui no CT são bem recebidos. Desafio alguém dizer que não tenham sido bem recebidos nessa sala. O Atlético sempre tratou muito bem. Quando uma pessoa falta respeito com um funcionário do clube, ele se sente atingido", explicou.
"Isso (confusão) não pesou na demissão do Oswaldo. Foi técnica. Fiquei preocupado com o que vi no jogo do Acre. Todo mundo que cobre o Atlético teve a mesma sensação. Alguma coisa tem que ser feita. Tão cedo fazendo uma mudança? Às vezes, o errado é insistir numa coisa que você vê que desde cedo não vai decolar. Foi preocupante a nossa atuação. Acho que tenho que tomar alguma atitude para que a gente possa reverter esse quadro. Nas mãos de outro treinador esse time pode entregar um pouco mais", opinou.
"Ele (Léo Gomide) poderia ter a hombridade de admitir. Quem está mentindo então? Ele ou os colegas de vocês que também ouviram os xingamentos? Ele poderia se retratar para avançar na solução. Sem isso fica muito difícil. Vamos analisar a situação dele. Por enquanto, permanece como está (proibido de entrar na Cidade do Galo)", concluiu.