Vitória garantida, jogo fácil. Uma questão de tempo.
Tamanha é a superioridade do Real Madrid, e de grande maioria das potências europeias, que as avaliações sobre os confrontos do atual bicampeão da Champions League no Mundial de Clubes parecem desmentir aquela antiga frase feita, de que o futebol é o único esporte onde o mais fraco pode vencer o mais forte.
O Real Madrid venceu o Al Jazira, nesta quarta-feira (13), por 1-2. Mas a construção do placar não foi nada fácil, e não fosse uma desatenção inacreditável de Ali Mabkhout, que deu o passe, e Mbark Boussoufa, que estava impedido após contra-ataque mortal quando os árabes venciam por 1-0, o clichê de que o futebol é o esporte onde o impossível acontece poderia até ser usado.
No final das contas, o único clichê foi o de outra vitória do Real Madrid sobre um time mais frágil. E com gol de Cristiano Ronaldo, é claro – a uma bola na rede de igualar os sete tentos de Pelé em Mundiais de Clubes. A virada veio, no segundo tempo, com Bale, que substituiu um Benzema tão inoperante em sua função quanto sem sorte: o francês acertou duas vezes a trave no segundo tempo.
Contra o Al Jazira, Real Madrid bateu o recorde de finalizações totais [36] e a gol [14] nesta temporada, segundo os números da 'Opta'.
Recorde anterior de finalizações totais: Real Bétis, Las Palmas e APOEL [27]
De finalizações certas: Dortmund, Dortmund e Levante [10]
Foram quatro bolas do Real Madrid no poste. Além disso, a equipe espanhola arriscou um total de 36 finalizações, sendo 14 a gol, de acordo com estatísticas da 'Opta Sports'. Todos números recordes para os 'blancos' nesta temporada. E que passam a impressão de que a equipe de Zidane se exauriu em campo para conseguir o resultado, mas a verdade é que os merengues não pareciam estar tão ligados no jogo.
É importante ressaltar que isso não tira o mérito gigante do Al Jazira, que executou perfeitamente o seu plano. Como parar o Real Madrid sendo uma equipe muito inferior? Montando uma verdadeira muralha na frente do goleiro Ali Khaseif, que foi milagreiro com oito defesas até sentir lesão e ser substituído no minuto 51. A equipe que representa o país-sede do evento entrou em campo com a formação 5-3-2, com o camisa 10 Boussoufa ajudando Romarinho e Mabkhout nos vários contra-ataques fáceis que apareciam.
Foi em um desses contra-ataques que Romarinho abriu o placar, deixando o zagueiro Varane com cara de bobo. Uma felicidade que sempre estará ligada ao brasileiro, que também foi herói do Corinthians no título da Libertadores em 2012. Mas que não adiantou para avançar e pegar o Grêmio na decisão marcada para sábado (16).
Para conquistar, pela segunda vez, o título mundial, é difícil imaginar que o Grêmio entre com um time tão defensivo quanto fez o Al Jazira. Seria renegar o seu próprio estilo, e talvez isso não seja nem mesmo seguro. Mas se o Real Madrid ainda é favorito para levantar o troféu, a esperança tricolor resida no fato de disputar o título da sua vida... que para os Blancos talvez não seja tão importante quanto ganhar do Barcelona, uma semana após a decisão contra o time de Renato Portaluppi.