Por Thiago Ienco - Premier League Brasil
Embora confirmada com folga na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, a Inglaterra tem pouco a comemorar. Ao completar seu 38º jogo qualificatório, contando os de Copas e Euros, sem NENHUMA derrota, parece uma sandice falar em preocupação.
Mas fraqueza dos adversários nas Eliminatórias à parte, é o desempenho e encaixe desta seleção que mais preocupa para o mundial. Gareth Southgate tem méritos ao assumir uma batata quente deixada por Sam Allardyce, demitido após 67 dias.
Confirmado em novembro de 2016, o ex-técnico do Middlesbrough vinha fazendo um trabalho sólido na sub-21 e não fugiu de decisões consideradas difíceis na principal, como o gradual afastamento de Wayne Rooney, então na condição de capitão.
Com a renovação de algumas posições, o time chegou a ensaiar bons momentos, mas as dúvidas rondam a cabeça de Southgate a ponto dele próprio admitir que está difícil convocar, pois a briga por posições está tão entediante quanto os estaduais brasileiros.
Após a insossa vitória sobre a Lituânia em Vilnus, ficou claro (e confirmado na entrevista pós-jogo) que o sistema de três zagueiros veio pra ficar. “Pra mim, falando da maneira como queremos construir as jogadas a partir da defesa, acredito que a ideia de três zagueiros é a melhor opção”, afirmou Southgate.
Por mais que a Inglaterra tenha tido 10 jogos para isto, a formação de três zagueiros será testada de fato nos amistosos pré-Copa, numa programação que conta com jogos contra Brasil e a campeã mundial Alemanha, onde a competitividade será questionável, dado o risco de lesão e necessidade de rodar os jogadores para confirmar os 23 finais.
Ao que parece, a zaga será formada por Phil Jones, John Stones e Gary Cahill. Jones renasceu sob comando de Mourinho e Stones vem evoluindo em sua segunda temporada com Guardiola. Cahill está bem adaptado ao esquema com Antonio Conte. Chris Smalling, Michael Keane e Harry Maguire estão de olho nas vagas que faltam.
O gol permanece com Joe Hart, que mesmo escanteado do Manchester City, manteve a confiança de Southgate. Com falhas importantes na Euro 2016, a Copa será sua prova final de confiabilidade. Jack Butland e Fraser Forster devem completar a lista, com Jordan Pickford assistindo de camarote.
O meio-campo é o grande vácuo deste time. A ausência de um volante articulador é muito falada na imprensa inglesa. Se nada mudar até lá, tudo indica que teremos Jordan Henderson e Eric Dier na fase defensiva e Dele Alli na armação.
O ataque parece bem resolvido, e com a presença de Harry Kane, é de longe o melhor setor da equipe. O que pode ser perigoso: a Kane-dependência é um suicídio num torneio em que o time precisa engrenar rápido: as últimas fases de grupos têm sido ácidas para os ingleses.
Entre renovação e afirmação, a Inglaterra classifica-se para a Copa de 2018 sem saber, nem mesmo, qual seria um projeção realista para o time atual. Chegar ao mata-mata parece bem satisfatório, mas outra eliminação na fase de grupos pode criar um vórtex na Football Association.
PALPITE PLBr - OS 23 DA INGLATERRA PARA A COPA DO MUNDO
Goleiros: Joe Hart (West Ham), Jack Butland (Stoke) e Forster (Southampton);
Zagueiros: Phil Jones (Man United), John Stones (Man City), Gary Cahill (Chelsea) e Chris Smalling (Manchester United);
Laterais: Kyle Walker (Man City), Nathaniel Clyne (Liverpool), Danny Rose (Tottenham) e Ryan Bertrand (Southampton);
Meio-Campistas: Jordan Henderson (Liverpool), Eric Dier (Tottenham), Adam Lallana (Liverpool), Danny Drinkwater (Chelsea) e Dele Alli (Tottenham);
Atacantes: Harry Kane (Tottenham), Jamie Vardy (Leicester), Daniel Sturridge (Liverpool) e Marcus Rashford (Man United).