Não há registros de que um ataque deste tipo tenha acontecido com uma delegação esportiva à caminho de um campeonato no seu próprio estádio.
O cenário também é inédito, um dos principais campeonatos de futebol do mundo, a Champions League, já conta com diversas medidas de segurança para garantir a presença de milhares de torcedores internacionais fora e dentro dos estádios.
Nesta ocasião, o ataque ao ônibus do time local, Borussia Dortmund, foi feito através da detonação de três explosivos. A Polícia alemã ainda não declarou que se trate de um ato terrorista. Não há autor confesso até o momento, embora haja uma carta suspeita encontrada no lugar da explosão que está sendo investigada para verificar sua autenticidade e autoria.
Os Corpos de Segurança de Renania do Norte-Westfalia consideram que pode ter sido um ataque com caráter premeditado feito com três explosivos que dizem ter sido acionados, escondidos préviamente no estacionamento do hotel a 10 Km do estádio de concentração e detonados quando o ônibus se deslocava ao estádio.
Algumas testemunhas, como o jogador Mikel Merino, dizem que escutaram uma só explosão. E não está descartada a possibilidade de que fogos artificiais poderiam ter sido estalados em um lugar sensível do veículo ampliando a sua ação.
O suíço Roman Bürki comentou como viveram o incidente: "Depois da explosão todos nos jogamos ao solo do ônibus. Não sabíamos o que fazer. Me sentei na última fila, junto a Bartra que foi ferido com pedaços de vidro. A polícia atuou muito rápido. Estamos todos muito comovidos. Ninguém podia pensar na partida de futebol que teríamos minutos mais tarde", concluiu.
O incidente causou um ferido entre os jogadores, Marc Bartra, que foi operado do braço por causa dos estilhaços de vidro na mesma noite da terça-feira e no momento passa bem.
O Diretor Geral do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, concedeu uma entrevista à imprensa depois do ataque:
"Nos surpreendeu a quase todos na equipe. Houve um ataque com bomba contra o ônibus. Três explosivos estouraram no ônibus logo após a sua saída do hotel. Marc Bartra estava lá, tinha dor na mão. Logo houve uma gestão profissional da crise."
Watzke comentou ainda sobre mudança do dia da partida: "A partida será às 18:45h (da quarta, 12 às 13:45 h de Brasília) então, não coincidirá com a partida com o Bayern e o Mônaco poderá voltar para casa pela noite para a partida do fim de semana".
A torcida já dentro do estádio foi informada sobre o incidente, pois a partida teve que ser adiada. A nova data, marcada horas depois das apurações preliminares do incidente já foi divulgada, será hoje, às 18:45 horas local (13:15 h de Brasília).
Ao longo da história muitas foras as medidas de segurança que foram sendo incorporadas às áreas esportivas, no caso do futebol, por exemplo, não está permitido soltar fogos de artifício dentro dos estádios, todos os torcedores tem que ter uma cadeira, houve eliminação de barreiras, muros ou divisórias que tantas tragédias causaram.
Nas próximas horas haverá mais detalhes sobre o incidente e possivelmente sobre novas normas de segurança numa zona mais ampliada dos estádios e hotéis de concentração.
Momento de adiamento da partida. Fonte: AFP
Hans-Joachim Watzke se referiu a ataque-bomba. Fonte: AFP
Marc Bartra foi vítima do ataque. Já operado, passa bem. Os companheiros da equipe estão comovidos. Fonte: EFE/Arquivo