Anualmente, quando acontecem os sorteios de grupos das Libertadores, os brasileiros escarram arrogância ao pregar superioridade dos times nacionais sobres os demais. Porém, como vemos pelos retrospectos recentes, isso é somente falácia. E em se tratando do Flamengo, o caso tem um agravante: há três participações é eliminado nesta etapa. Agora isso tem que mudar.
Muitos que gostam de falar da Libertadores sempre apelam para a mística ultrapassada nos dias de hoje, de que a "camisa joga", "peso da torcida decide" e "o craque faz a diferença". Ajuda, mas não é mais assim. E o Brasil, a cada ano que passa, mais arcaico fica no que diz respeito a como jogar tal torneio. Hoje, por mais desconhecido que sejam para nós brasileiros, uma equipe que consideramos desconhecida tem uma preparação fortíssima e que envolve trabalhos pesados de estudos.
E piora em 2018 para o Flamengo, com um grupo onde estão River Plate, Emelec e ou Deportivo Macará (EQU), Deportivo Táchira (VEN), Independiente Santa Fé (COL), Santiago Wanderes (CHI) e Melgar (PER). O clube não aprendeu a lição em 2017 e voltou a fraquejar nos jogos fora de casa, coisa que não pode acontecer agora. Precisa entrar conhecendo como joga cada um e fazendo o jogo específico para cada partida, sem o chato discurso de "jogar pra frente e como Brasil".
River Plate vem de um ótimo ano, onde o técnico Gallardo mesclou renovação com contratados e foi campeão da Copa da Argentina. Time muito organizado, talvez o mais entre os times argentinos, e que joga muito de forma vertical, explorando os espaços adversários. Varia entre o 4-1-4-1 e um 4-4-2, dependendo da posse da bola. Martínez e Scocco são os responsáveis por marcar os gols.
Emelec é o atual campeã equatoriano, muito elogiando pelo futebol ofensivo. Usa muito os lados do campo, buscando uma formação que flutua entre o 4-2-3-1 e 4-3-3, de acordo com os jogos. Vides e Quiñonez dominam as principais ações de ataque e meio-campo, respectivamente.
Pelo resumo podemos ver que a tarefa requer seriedade e conquista de pontos fora de casa. Qual Flamengo estará em campo na Libertadores? Só a pré-temporada e os reforços, com uma necessária reformulação no elenco, dirá. Mas uma coisa é certa, respeito e muita preparação em cima de como joga cada adversário.
Assim tem que jogar o Rubro-Negro. No Grupo da Morte, tem que entrar para matar.
Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.