De volta à Série A do Brasileirão, o Internacional começa o ano de 2018 sem a esperada tranquilidade após o 'bate-volta' na divisão inferior do futebol nacional.
Com uma campanha inconstante na última temporada, quando a equipe demorou para engrenar e entrar no G4 da Série B, não é exagero afirmar que uma certa desconfiança paira sobre o clube gaúcho. Os tropeços durante a temporada impediram o 'Colorado' conquistar o título na reta final, e levaram a diretoria a apostar em três técnicos diferentes ao longo da temporada (Antônio Carlos Zago, Guto Ferreira e Odair Hellmann).
A situação delicada do Inter em 2017, com isso, ainda deve refletir neste começo de temporada. No entanto, o time comandado pelo técnico novato pode se espelhar em bons exemplos do passado, quando outros protagonistas caíram e voltaram para fazer bons papéis na elite nacional.
Longe mais uma vez das competições sul-americanas, o Inter manteve boa parte do seu time base para 2018. As contratações para a temporada não empolgaram o torcedor, mas a diretoria colorada vem mesclando nomes com mais experiência (Roger, Patrick, Wellington Silva) com jovens que podem crescer no clube (Ruan, Dudu, Gabriel Dias e o argentino Martín Sarrafiore).
Vale destacar que a diretoria também não conta com grande poder financeiro para investimentos de peso. Sem dinheiro, a chegada de jogadores com mais qualidade fica praticamente inviável para 2018, fazendo com que a diretoria busque alternativas.
Os reforços trazidos até o momento parecem esclarecer os objetivos do clube na temporada: se manter na Série A e, eventualmente, buscar uma das vagas na Libertadores de 2019. Sem os nomes de peso desejados pela torcida, o clube aposta em uma equipe modesta para 2018, sob o comando de um treinador novo (apenas 40 anos de idade e com pouca experiência com um elenco profissional) que terá a oportunidade de comandar um grande clube pela primeira vez na carreira.
O técnico, por outro lado, também conta com um grande trunfo. Assim como o atual técnico campeão brasileiro, Fabio Carille (Corinthians), Odair Hellmann já conhece o clube como ninguém, afinal, 2018 será seu oitavo ano de casa. Visto com bons olhos pelos jogadores, o técnico tem a confiança do vestiário para comandar a equipe nesta temporada, encerrando o ciclo de novos treinadores contratados nos últimos anos que pouco conseguiram imprimir suas marcas no clube.
Para conseguir alcançar o seu objetivo, o Inter terá bons exemplos tomar como exemplo nesta temporada. Grandes clubes como Corinthians (2009), Palmeiras (2004) e Botafogo (2016) conseguiram, fazer um bom ano após voltar da segunda divisão, garantindo vagas na Libertadores e até conquistarem títulos, mesmo sob desconfiança da torcida e da crítica.
Até hoje, o 'Timão' é o clube que conseguiu o melhor desempenho na Série B (74,5% dos pontos em 2008). Além disso, no ano seguinte manteve o bom trabalho e conquistou a Copa do Brasil e conseguiu terminar o Brasileirão confortavelmente, longe da zona do rebaixamento. Já o Palmeiras de 2004 e o Botafogo de 2016 conseguiram se classificar para a Libertadores justamente no ano em que retornaram a elite do futebol nacional.
O time gaúcho também pode aprender com os erros de outro grandes clubes. O maior exemplo neste sentido é, claro, o Vasco da Gama, que disputou a Série B em 2014 e subiu para a primeira divisão em 2015 para fazer outra péssima campanha e cair no ano seguinte.
Mesmo sem empolgar com as contratações e diante da desconfiança do seu torcedor, o Internacional tem boas chances de conseguir uma das últimas vagas da Libertadores após o aumento do número de clubes brasileiros que disputam a competição. No entanto, para evitar qualquer surpresa no fim da temporada, ficar longe do Z4 e sonhar com o retorno ao torneio sul-americano o clube terá que elevar o seu nível em campo evitando os altos e baixos apresentados na Série B em 2017.