É cada vez mais frequente vermos jovens talentos tupiniquins explodirem na Europa sem antes brilharem no Brasil. O caso recente mais emblemático talvez seja David Neres, que está arrebentando no Ajax e na mira de diversos gigantes do Velho Continente.
Isso ocorre por vários motivos, desde a complicada situação financeira dos clubes brasileiros, até as categorias de base entregues aos empresários, que faz os gigantes do País revelarem poucos talentos e nossos melhores jogadores buscarem outras alternativas, indo para a Europa ainda muito jovens.
E também pela falta de oportunidades entre os profissionais, como aconteceu com Malcom, que não teve no Corinthians, a chance de brilhar intensamente que tem no Bordeaux. Ele é outro que interessa a gigantes europeus.
Na atual janela de transferências do futebol brasileiro, aliás, isso fica muito claro nos reforços de alguns dos principais clubes do país. A aposta em jovens formados em casa é cada vez menor. Ela existe, mas em número bem inferior em relação a outros anos, e as oportunidades para firmar os garotos também são menores. Com isso, o número de jovens que explodem no Brasil, brilham e são cobiçados, ou até mesmo protagonizam negociações por aqui mesmo, é menor.
Para ilustrar isso, basta ver os principais reforços dos gigantes brasileiros. Por situações complicadas e sem grandes contratações, Vasco, Fluminense e Botafogo não figuram na relação. Já o Palmeiras teve como principais contratações Marcos Rocha, Diogo Barbosa, Lucas Lima e Scarpa, que não são jovens e, apesar de experientes, também estão longe de considerados veteranos. O 'Alviverde' não se enquadra aqui, assim como Santos, Grêmio e Internacional. Tirando o 'Flu', porém, nenhum desses gigantes aposta em garotos.
Por outro lado, São Paulo, Atlético-MG, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo têm como principais contratações para o ano, jogadores veteranos. O 'Tricolor paulista' trouxe Nenê (36 anos) e Diego Souza (32). A 'Raposa' contratou Fred (34); o 'Galo', Ricardo Oliveira (37); o 'Timão', Sheik (39); e o 'Rubro-negro', Júlio César (38).