Em nota oficial, publicada em seu site no último domingo, o Flamengo anunciou o fim do programa sócio-torcedor corporativo que permitia facilidades para as torcidas organizadas na aquisição de ingressos para os jogos do clube.
Essa foi uma medida tomada em resposta a bárbarie ocorrida no Maracanã, na final da Copa Sul-Americana, contra o Independiente. Além de invasões, várias confusões, roubos e furtos foram flagrados no estádio.
Além disso, o diretor geral do 'Rubro-Negro', em entrevista ao 'Fantástico', deixou em aberto a possibilidade de tirar jogos do Flamengo do Rio de Janeiro, dando a entender que o estado pode não ter condições de realizar esse tipo de evento.
"Se o Flamengo não se sentir em condições para que esses jogos sejam realizados aqui, a gente vai ter que humildemente admitir a incapacidade nossa, do estado, do município, de não conseguir fazer o evento aqui e pedir pra transferir para algum outro lugar".
Desta forma, o Flamengo se esquiva de uma responsabilidade que também é sua. Além de, anteriormente ter dado respaldo as torcidas organizadas, o que não é nenhum crime, mas é sabido o número de problemas envolvendo integrantes dessas facções, sem ao menos procurar identificar os criminosos, o clube nem ao mesmo pediu desculpas ao torcedor que esteve presente no estádio.
Tanto estado, como orgãos de segurança e o próprio clube são responsáveis direto pelo ocorrido. Não é de hoje que esse tipo de problema vem acontecendo em jogos no Rio de Janeiro. Em 2017, praticamente todos os clássicos tiveram incidentes e até pessoas foram assassinadas, como no jogo Botafogo x Flamengo, do Campeonato Carioca, no Engenhão.
Isso porém, não é algo que acontece só no Rio de Janeiro, em praticamente todos os estados do Brasil. É um problema crônico que precisa ser encarado e resolvido e não apenas remediado.
Em setembro, após eliminação do Santos, na Vila Belmiro, a torcida do Santos entrou em confronto contra a Polícia, provocando um quebra-quebra geral, com cenas lamentáveis para o futebol brasileiro. Em Brasília, um dos locais onde o Flamengo costuma mandar seus jogos quando atua fora da cidade natal, as coisas acontecem da mesma forma. Em 2016, num jogo entre Flamengo e Palmeiras, mais de 30 torcedores foram presos após confusão que ocorreu dentro do estádio.
Em São Paulo, a torcida única virou lei com o intuito de evitar esse tipo de enfrentamento, o que não resolveu o problema, já que marginais que se vestem de torcedores usam a internet para marcar suas brigas e raramente são contidos pela polícia.
Em todo caso, enquanto de fato não buscarem identificar os marginais e punir como devem ser punidos, os infratores seguirão livres, se travestindo de torcedores e cometendo seus crimes sem que ao menos sejam identificados.