CeiFlador. O trocadilho tomou conta das redes sociais na quinta-feira (01), que marcou o anúncio e apresentação de Henrique Dourado como grande reforço do Flamengo para o ataque em 2018. O jogador, de 28 anos, é aquele centroavante clássico, raridade no futebol atual e que segue valorizado no jogo praticado na América do Sul.
Vestindo a camisa do Fluminense, Dourado fez incríveis 32 gols em 2017 e, com 18 tentos em seu nome, foi artilheiro do Brasileirão ao lado de Jô, do Corinthians. Pelo Tricolor das Laranjeiras, garantiu pontos preciosos e mostrou incrível faro para estufar as redes: seja com o pé direito, esquerdo ou de cabeça.
A atual temporada tem sido marcada por jogadores que deixam um time diretamente para o rival do estado: Fred [do Atlético para o Cruzeiro], Lucas Lima [Santos-Palmeiras], Gilberto [Vasco-Fluminense] e Airton [Botafogo-Fluminense] são alguns dos exemplos. Cada um por uma razão diferente.
Talvez o último ano em que tantos jogadores de importância trocaram de lado tenha sido 2015. Mas naquele ano a grande maioria das transações envolveu jogadores de São Paulo [Wesley, Edu Dracena, Aranha]. É um cenário que tem sido mais comum na Terra da Garoa, mas o desequilíbrio tem sido maior quando se faz a ‘ponte aérea’.
Porque a distância do Flamengo em relação a Botafogo, Fluminense e Vasco é a maior das últimas décadas. Somente um time da Cidade Maravilhosa entra em todas as competições como candidato real aos títulos, o Rubro-Negro. A oferta financeira, aliado às chances maiores de conquistas, tem ajudado jogadores a deixarem General Severiano, São Januário ou as Laranjeiras rumo à Gávea.
Em 2016 foi Rafael Vaz [Vasco] e, principalmente Willian Arão. Destaque do time campeão da Série B em 2015, na qual fez o gol do título, Arão deixou o Botafogo e rumou para o Flamengo envolto em disputas judiciais e criando uma animosidade entre as diretorias dos clubes. O Alvinegro soube se reinventar sem o meio-campista, que não vive bom momento na Gávea.
Mas a chegada de Henrique Dourado é um golpe maior ainda sobre um outro rival carioca. Porque o Ceifador mostrou, mesmo sem ter um futebol plástico ou de grande habilidade, o poder decisivo que ajudou o Fluminense a escapar do rebaixamento em 2017. Foi artilheiro na divisão de elite, e com 28 anos está no seu auge como atleta. Embora esteja em grande crise, e Dourado não fosse permanecer de nenhum jeito, o Flu precisa buscar um goleador para reinventar o seu ataque.
No entanto, os últimos anos deixam claro uma realidade cruel para os outros três grandes do Rio. O Flamengo ainda não é um Bayern ou uma Juventus, que dentro de seu território se fortalece ao mesmo tempo em que deixa os rivais mais fracos. Mas ao ser o próximo time de Dourado, ainda que tenha rendido cerca de 8 milhões de reais (cerca de 2 milhões de euros na cotação atual) do Fluminense, o Flamengo causou o maior dano extracampo em um rival nos últimos anos.