Em meio ao primeiro rebaixamento de sua história, em 2008, o Vasco negociava com a Inter de Milão, por cerca de 4 milhões de euros, um menino que despontava nas categorias de base. Menor de idade, o jogador não podia se mudar para a Itália, por conta das regras impostas pela FIFA. Tratava-se de Philippe Coutinho, a quem mais tarde se transformou em um dos jogadores mais caros da história ao trocar o Liverpool pelo Barcelona.
Na base, Coutinho se destacava bastante e colecionava idas às seleções de base. Foi no sub-15 que formou parceria de sucesso com outra grande promessa, Neymar, que na época era jogador do Santos. A dupla mostrava afinidade e cantava os olheiros mundo a fora.
Em 2010, Coutinho atingiu a maior idade e se transferiu para o Inter de Milão. Na Itália, aos poucos foi ganhando oportunidades, mas não conseguiu engranar. Em alguns jogos mostrava potencial, em outros desaparecia. Enquanto isso, Neymar ganhava cada vez mais status no futebol brasileiro, o que levantou a discussão sobre a ida precoce do ex-vascaíano a Europa.
Sem conseguir se firmar no Inter, o meia foi emprestado ao Espanyol em 2012. Na Espanha, conseguiu apresentar melhor seu futebol e foi eleito revelação do campeonato. Ele marcou cinco gols e deu uma assistência em 16 jogos pelo time catalão voltando a chamar as atenções na Europa.
O bom desempenho na Espanha, fez com que a Inter resolvesse reaproveita-ló. De volta a Itália, Coutinho não conseguiu repetir as atuações com a camisa do Espanyol e teve, por muitas vezes, seu potencial questionado. Chegou a ser chamado de promessa perdida no Brasil e teve seu futuro no futebol posto em dúvida pela imprensa.
Em janeiro de 2013, o Liverpool, baseado na indicação Barry Hunter, olheiro-chefe do clube e do argentino Fernando Troiani, preparava uma proposta de empréstimo à Inter de Milão. Os italianos, no entanto, fizeram um pedido audacioso de 8,5 milhões de euros pelo garoto, o que parecia uma loucura para uma promessa sem a menor garantia de que teria êxito.
O cenário se mostrou ainda mais ousado levando em consideração o pouco número de brasileiros com muito sucesso na Inglaterra. Ignorando tudo isso, o Liverpool aceitou prontamente e comprou em definitivo os direitos federativos do jogador.
Aos poucos, Coutinho foi se adaptando ao futebol inglês e mostrando seu potencial. Em sua primeira temporada com a camisa do Liverpool, marcou 6 gols e deu oito assistências em 32 jogos. Desde então, o meia foi crescendo na Inglaterra a cada temporada.
Por outro lado, apesar das grandes atuações na Inglaterra, o mesmo não se repetia na Seleção, onde não conseguia se firmar, diferente de Neymar, seu companheiro na base já era indiscutivelmente o dono do Brasil. Depois da Copa de 2014, onde Coutinho até poderia, mas não esteve presente, o meia voltou a ser chamado com mais frequência.
Desta vez com a missão de reconstruir o Brasil após o vexame dos 7-1 na Copa de 2014. Muita responsabilidade e pouco futebol, Coutinho não conseguia corresponder as expectativas depositadas por Dunga, e seguia sendo questionado pela imprensa e tratado como "jogador de clube".
Mas desde que Tite chegou, a vida do meia mudou completamente. Ele assumiu o papel de protagonista e, enfim, deixou a cargo da Seleção todo o seu talento.
É o dono do meio-campo, quem segundo Tite, é capaz de dar mágia ao setor e tirar da cartola uma jogada ou passe que pode mudar a história de um jogo. Ele se firmou como protagonista ao lado de Neymar, companheiro de longa data. Foi fundamental na classificação do Brasil para a Copa do Mundo da Rússia e chegará no Mundial como um dos melhores do mundo em sua posição.
Não à toa, o Barcelona, que há poucos meses perdeu Neymar, não descansou até suprir a ausência do craque com a chegada de Coutinho. O time catalão desembolsou 160 milhões de euros, a contratação mais cara de sua história, para contar com o brasileiro.
Na Espanha, Coutinho ficará de fora dos jogos de mata-mata da Champions League, por outro lado, poderá chegar mais inteiro na Copa do Mundo, diferente da maioria de seus rivais e até companheiros de Seleção. Essa rotina menos puxada em 2018, pode fazer toda a diferença para o craque na Rússia.