Enquanto o elenco do Flamengo se preparava para o jogo decisivo contra o Independiente, pela final da Copa Sul-Americana, no Maracanã, um verdadeiro clima de guerra foi armado fora de campo. Contra atos racistas e dificuldades sofridas pelos Rubro-Negros na partida da Argentina, os torcedores resolveram devolver na mesma moeda no Rio de Janeiro.
O grande problema é que a situação ficou incontrolável. O time argentino, por exemplo, não teve paz desde que chegou ao Rio de Janeiro. No aeroporto precisou driblar os Rubro-Negros que estavam esperando a delegação do Independiente no saguão. Nas ruas, confrontos antes mesmo do jogo já manchavam uma final.
Foguetório e muita confusão no hotel em que o time do Independiente estava hospedado, o problema foi tão grande que a diretoria tentou despistar os arruaceiros ao informar que haviam trocado de hotel. Por via das dúvidas, os torcedores ficaram nos dois hóteis fazendo suas badernas.
Na praia de Copacabana, local muito frequentado pelos argentinos desde sempre, mais confusão. Focos de briga ocorreram enquanto os torcedores do Independiente tentavam fazer um "banderazo" na praia. O péssimo clima estava armado.
Durante a atividade antes do jogo, realizada pelo time do Independiente, um torcedor do Flamengo colocou um drone sobre o Engenhão e fez uma transmissão ai vivo da atividade realizada pelo técnico Holan. Os jogadores do time Rojo até tentaram derrubar o equipe mas não conseguiram.
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, chegou a ligar para as autoridades e pedir para que reforçassem a segurança e todas as medidas contra os arruaceiros fossem tomadas. O clima de guerra já estava armado e se temia pelo pior no Maracanã.
Dito e feito, nos arredores do estádio, horas antes do jogo, mais confusão, brigas por todos os lados, a polícia teve que usar gás de pimenta e balas de borracha para tentar conter os focos de problemas. Argentinos que receberam cortesia da Conmebol foram impedidos de entrar pelo setor em que a torcida do Independiente ficaria.
Com a segurança reforçada no lado argentino, a Polícia Militar também precisou demandar mais homens para os setores destinados ao Flamengo. Torcedores do Rubro-Negro tentaram invadir o estádio, alguns conseguiram. O caos estava instalado, barulhos de bomba e fumaça a cada instante transformaram um jogo de futebol em um verdadeiro campo de batalha.
Dentro do estádio as confusões não pararam, no setor norte ocorreram brigas e confusões, pessoas caíram no chão e torcedores de outros setores tentaram ingressar no local que estava com a lotação máxima.
Enquanto isso, dentro de campo o Independiente, doído pela recepção no Rio de Janeiro, fez a sua parte e jogou para dar uma resposta aos flamenguistas dentro de campo. Com bom futebol, garantiram o 1-1 que deu o título ao Rei de Copas. Após a partida, o time argentino não perdeu a oportunidade de alfinetar o Flamengo e mostrar sua indignação por conta da péssima recepção e o clima de ódio criado antes da partida.
Visivelmente toda a atmosfera que alguns torcedores tentaram criar para intimidar os argentinos só o motivaram ainda mais a sair de campo com a taça e dar a resposta na bola. Uma pena para o futebol carioca, não só pela perda do título como também pelo péssimo comportamento.