Um lampejo aqui, outro ali. Mas é fato consolidado que o Cruzeiro perdeu boa parte do interesse no Campeonato Brasileiro desde a conquista da Copa do Brasil.
As principais referências do time, a exceção de Fábio, caíram consideravelmente de produção. Para piorar, os que deveriam estar aproveitando o período para mostrar que devem seguir no ano que vem tem mostrado a cada chance que realmente não servem para o clube. E um verdadeiro marasmo tem tomado conta dos jogos cinco estrelas.
A derrota para o Flamengo na última quarta-feira foi, para muitos, mais uma contundente demonstração deste desinteresse. A 'Raposa' foi dominada por praticamente todo duelo, permitiu que Diego Alves fosse mero expectador e ainda se desorganizou para tomar o segundo gol em uma jogada de contra-ataque.
Faltando cinco jogos para o fim do Brasileirão, sendo três deles diante da torcida, o Cruzeiro praticamente não tem mais chances de título. E tem ficado nítido a cada tropeço que a disputa pelo melhor lugar possível na classificação, descartado o título, não tem seduzido o grupo cinco estrelas.
Fato é que o ritmo protocolar das atuações tem mais que desanimado a torcida. Os jogadores e a comissão técnica tem alimentado questionamentos e a insatisfação dos mais exigentes e pulverizando um clima de fim de ano que poderia, e deveria, ser excelente após o título da Copa do Brasil.
O desafio de Mano Menezes para as últimas rodadas vai além de motivar o grupo. É necessário também aproveitar as partidas para avaliar os atletas e definir com mais precisão quem será útil para 2018 ou quem deve sair. Os testes são bem-vindos neste momento. O difícil é dar a eles uma dimensão justa em um cenário que o desinteresse parece reinar na Toca da Raposa.
Cruzeiro: jogos desde a final da Copa do Brasil João Henrique Castro é professor, historiador e, obviamente, cruzeirense. Daqueles que sabe que nada brilha mais no céu do que as cinco estrelas que traz no peito.
Texto por João Henrique Castro