Por Luís Butti, de São Paulo
O gigante e quase carnavalesco título da coluna deu trabalho pra sair, mas tenta resumir o que penso do simpático torneio das terras de Mickey Mouse. Muita gente torce o nariz para a Florida Cup que começa nesta semana, mas acredite: alguns dias do Corinthians nos EUA pode ser muito produtivo.
Se souber aproveitar, é claro.
A Florida Cup é um torneio muito divertido, principalmente para o torcedor. Eu estive nela em 2015 e vi algumas coisas deveras interessantes dentro de campo.
Das três vezes anteriores em que estivemos na Florida, duas resultaram em título brasileiro para o Corinthians em novembro: 2015 e 2017. 2016 teve o desmanche, e mesmo assim não fomos para a Libertadores por uma posição. Sinal que o Corinthians tem aproveitado bastante a sua Pré-Temporada para detectar problemas no time e voar nos torneios mais interessantes.
Lamento muito que a ganância dos organizadores tenha inchado o torneio com encontros latinos, e principalmente, encontros repetitivos entre brasileiros. Coisa que a gente já viu N vezes. Perdeu completamente o sentido da competição, que era algo similar a uma Copa Davis no Tênis: país contra país. Oportunidade rara para o Corinthians ver como se enfrenta uma escola alemã, britânica, holandesa, do leste europeu.
O embate contra o Köln (Colônia) e o Leverkusen em 2015 serviram demais para Tite aprender mais sobre a escola que tem o contra-ataque mais rápido do mundo (Bundesliga, média de 14 segundos).
Escolas bastante diferentes, que dá ao Corinthians uma boa chance para ver um novo pensamento de contra-ataque, blocagem, defesa em linha de três, quatro ou cinco e perde-pressiona. Mentalidade mais construtiva ou destrutiva? Foge de mesmices como jogo-treino contra o Juventus da Mooca, o Atibaia ou o Red Bull Brasil.
Esta semana, por exemplo: por mais que o PSV Eindhoven esteja em baixa na Europa e atue rodando o elenco, é uma ótima oportunidade para ver como joga uma equipe da Eredivisie. O que os fez abandonar o Futebol Total após o fracasso holandês nas ausências da Euro 2016 e Rússia 2018? Como pensam a posse de bola? Três atacantes?
Alguns dias depois, vem a escola britânica, com o Rangers da Escócia. Será que atuam como um clube médio da Premier League Inglesa ou na Escócia é diferente ? Mais posse ou mais passe? Talento ou marcação?
Quanto mais descoberta, mais Carille pode abrir a mente para um novo Corinthians.
Aproveite a Florida Cup, Fiel. Ela pode ser uma grande aliada para um Octa-Brasileiro em Novembro.
Luís Butti é redator publicitário, compositor e corintiano das antigas. Adora música, polêmica e redes sociais. É a favor do mata-mata e vê na Arena Corinthians o seu "Jardim do Éden"...