Alisson soube defender muito bem a sua posição, enquanto era um dos jogadores titulares que mais sofriam com a desconfiança do torcedor. Entretanto, as boas atuações com a Seleção brasileira e a mudança de patamar dentro da Roma, onde passou a ser titular e se estabeleceu como um dos melhores da Europa em sua posição, mudaram isso.
E o próprio Alisson reconhece que exigiu muito trabalho para se estabelecer como titular em seu clube e na Seleção: “Superei essa questão da desconfiança desde o início, sempre provei que tenho condições e não caí de paraquedas na Seleção. Cresci nas seleções de base. Quem me conhece não é de hoje. Quando o Tite foi campeão da Sul-Americana no Internacional (2008), eu fazia alguns treinos no profissional. Depois nos reencontramos na Seleção”, afirmou em entrevista para o 'Globoesporte.com'.
“Estou no melhor momento da minha carreira, muito bem no Campeonato Italiano. Nós nos classificamos em primeiro num grupo que consideravam impossível na Champions, e pude contribuir, principalmente contra o Atlético de Madrid, numa das melhores partidas da minha vida. Fico feliz por ter mudado o cenário da temporada passada, ter virado a página, e espero chegar à Copa do Mundo não como unanimidade, porque isso não existe, mas com a preferência da maioria da torcida, o carinho e o apoio de todo mundo”.
Alisson também falou sobre a sua característica sob as traves, de não enfeitar muito em suas defesas, e teceu comentários separados para avaliar Dunga, com quem foi alçado à titularidade na Seleção, e Tite, que seguiu a aposta do antecessor.
“Eu gosto muito de simplificar as defesas. O futebol é simples, nós trabalhamos todo dia para tornar as coisas mais simples e fáceis. Algumas pessoas falam que eu não faço milagres. Prefiro fazer defesas mais simples e ser discreto dentro e fora de campo. Discreto em defesas e gestos”, explicou.
“O Dunga tem aquele jeito mais brabo, grosso, mas é uma grande pessoa. Trabalhar com ele foi um prazer. Ele tem uma personalidade forte, de quem quer vencer, mas me transmitiu tranquilidade. Eu me lembro até hoje, ele não tem muito rodeio, é objetivo”.
“O Tite é muito detalhista, se preocupa com cada detalhe dentro e fora de campo. As engrenagens têm que estar sincronizadas. Ele cuida do lado pessoal de cada atleta. Houve um momento em que pedi a ele uma liberação para resolver problemas familiares. Ele liberou e depois veio perguntar como foi, se havia dado tudo certo. Ele cuida não só do jogador, mas do ser humano”.
Por fim, o goleiro apontou Argentina, Alemanha e França como seleções que poderão dar mais trabalho para o Brasil na Copa do Mundo de 2018: “No Mundial as equipes se transformam. A Argentina vai mudar muito o que apresentou nas eliminatórias, tem um plantel forte e cresce nos momentos decisivos. A Alemanha é a atual campeã, favorita”.
“A Inglaterra tem força e velocidade, a França com grandes jogadores e um belo meio-campo. O futebol está muito equilibrado, será uma Copa disputada. Temos que focar em passar pela fase de grupos. Está cada vez mais perto e confesso que bate um pouquinho de ansiedade para chegar logo. Enquanto isso me preparo para tentar um título na Roma. Vim para ser vencedor, espero fazer uma grande temporada e chegar com a bateria 100% à Copa do Mundo”.