Quase sete meses depois da grande tragédia na Colômbia, envolvendo o avião que transportava a delegação da Chapecoense que iria enfrentar o Atlético Nacional, na final da Copa Sul-Americana, o time catarinense volta a disputar o torneio.
Ainda tentando se recuperar das dores, o time irá enfrentar o Defensa y Justicia, da Argentina, pela fase 16 avos da competição, com diferentes sentimentos para buscar o bicampeonato.
A relação da Chape com o torneio é especial. E os três sobreviventes da tragédia: Jackson Follmann, Alan Ruschel e Neto foram entrevistados pelo site “Globoesporte.com” para tentar explicar com suas próprias recordações, a campanha do último ano.
(O goleiro foi titular na estreia, contra o Cuiabá, e ficou no banco de reservas nas outras sete partidas da Chapecoense na Copa Sul-Americana)
“O jogo que mais me marcou foi contra o Independiente, quando o Danilo pegou aqueles quatro pênaltis. Tínhamos uma amizade muito verdadeira. Foi muito marcante. Tiramos uma equipe excelente, com tanto nome em competições internacionais. Aquilo não vai sair da minha memória. Deu muita confiança, muita moral. A partir dali, começamos a sonhar com coisas grandes, e conseguimos fazer”.
“Teve também a minha estreia pela Chape e em competições internacionais, contra o Cuiabá. Perdemos, mas nunca vou esquecer, fica marcado. Fora de casa e contra um time de menor expressão, sabíamos que viriam para complicar. Tomamos o gol em um lance de falta de atenção, mas tivemos muitas chances. Na volta, em Chapecó, também foi bem complicado. Sofremos um gol no início, tínhamos que marcar três e foi emocionante, disputado. Com a força do grupo, conseguimos avançar”.
(Lateral-esquerdo ficou no banco de reservas na classificação contra o Independiente e na partida de ida das quartas de final, contra o Jr Barranquilla)
“As principais lembranças são dos jogos mais importantes, contra o Independiente, que vencemos nos pênaltis, e San Lorenzo, aquela defesa do Danilo no fim, com o pé. Muitas coisas aconteceram”.
“Contra o Independiente eu voltava de lesão depois de muito tempo e o Danilo pegou os pênaltis. Contra o San Lorenzo, meu passaporte sumiu, e sem ele você não joga. Saí chateado do estádio e fui assistir na TV, em casa. O Danilo fez aquela defesa com os pés no final. Acabou o jogo eu peguei o carro e viajei a Porto Alegre para fazer um passaporte novo, para poder viajar para a final. São coisas que ficaram marcadas”.
(O zagueiro participou de quatro partidas na campanha, os dois duelos com o Jr Barranquilla e os dois contra o San Lorenzo, ficando sempre os 90 minutos em campo)
“O jogo com o San Lorenzo ficou na minha mente. Não só pelo que aconteceu, mas por ser um time muito qualificado, que tinha o Coloccini. Cansei de vê-lo no Campeonato Inglês (pelo Newcastle), pela seleção, e deparar com aquele cara foi muito bom. A expectativa era grande dentro de mim para vencer e aconteceu. São momentos que ficam no coração e na memória”.