Ronaldinho concedeu uma entrevista à 'TV3', onde declarou que a decisão de "deixar o Barcelona" foi decisão sua. O jogador, que chegou ao Barcelona em 2003, partiu para o Milan em 2008.
"Foi uma decisão minha. Já havia cumprido meus objetivos e precisava de novos desafios. Com Pep sempre tivemos uma boa amizade. Ele treinava a filial e tinha uma boa relação com Pere, seu irmão, por temas de roupas esportivas. Sempre fui muito direto e aberto com todos. Não havia me cansado de vencer, mas precisava de coisas novas. Aqueles que ficam parados não evoluem".
O meia confirmou que quis jogar no Barcelona porque era o clube de seus ídolos: "A ida para o Barça foi muito boa e bonita. Tudo foi muito lindo. Meu irmão foi quem cuidou de tudo o que acontecia fora do campo de jogo. Todos meus ídolos haviam jogado no Barça e fiquei emocionado quando aconteceu. Me encantava Koemam por como cobrava faltas. Também assisti Romário, Rivaldo, Ronaldo ... Todos os meus ídolos e amigos tinham passado por aqui, no Barça. Não só devolvi o sorriso ao Barça. Foram todos os jogadores. As coisas foram bem. Foi muito bonito o dia em que me apresentaram. Parecia ter ganho algo. Me senti em casa desde o primeiro momento. As pessoas sempre me trataram com muito carinho e isso motivou".
Ronaldinho também se alegra por ter sido o autor do passe do primeiro gol de Lionel Messi no Barcelona como profissional: "Quando ele chegou era um pequeno amigo e agora ele é um grande amigo. Me sinto muito feliz por dado o passe do seu primeiro gol. Imaginávamos todos que seria um grande jogador, Para mim o futebol são momentos. Pelé, Maradona, Romário .. todos tiveram seus grandes momentos. Eu queria me divertir".
O brasileiro considera que Rijkaard foi o melhor treinador que já teve: "Ele foi o melhor treinador que tive. Nos dava muita tranquilidade. As pessoas não reconhecem a importância de sua passagem pelo Barcelona. Foi difícil montar a equipe, mas foi a chave para os anos seguintes. Ganhamos no Bernabéu e parecia que já éramos campeões. Vieram jogadores importantes e surgiram coisas mais importantes e ganhamos títulos que nos fizeram muito felizes. Todos que chegaram se uniam a gente. Tenho a sorte de ter compartilhado o campo com jogadores da base do clube, tinham muita qualidade. Xavi, Valdés, Puyol ...".
O ex-camisa 10, no entanto, não quis comparar o que viveu com o Barcelona com o Barça de Pep Guardiola: "Não há comparações entre equipes. Nosso Barça venceu, o Barça de Pep venceu e, o melhor de tudo, é que o Barça sempre saiu vencendo. Tudo em seu momento. Desfrutei muito vendo o Barça de Guardiola. Fui para a Itália e eu sai campeão de lá. Não é verdade que perdi a esperança pelo futebol. Depois do Barça segui vencendo. A Libertadores com o Atlético Mineiro, sete meses sem perder com o Flamengo, a primeira final na história do Querétaro ... Não me arrependo de nada".
Ele agradeceu a Puyol pelo gesto que o zagueiro teve no seu primeiro jogo contra o Barça: "Foi meu irmão quando eu estava aqui e a homenagem que ele me deu no Gamper não me esquecerei jamais. Não me despedi do Barça, porque não deixei o clube porque o Barça não me deixou. Embaixador? Onde quer que eu fosse, as pessoas sempre me receberam com as camisas do Barça. Eu sou o embaixador natural do clube".
Ronaldinho finalizou a entrevista lembrando a imagem do Bernabéu de pé: "É bonito se lembrar disso. Nunca vou esquecer o 0-3 no Bernabéu. E as pessoas, tampouco. Me lembro de tudo muito bem".