Se ainda estivesse no Barcelona, a simples ideia de fazer com Lionel Messi o mesmo que fez a Cavani sequer passaria pela cabeça de Neymar. E talvez tenha sido por isso mesmo que o brasileiro deixou o Camp Nou, já que o seu amigo é unanimidade – por direito – dentro do Barça.
É impossível ultrapassar Messi na hierarquia barcelonista, e além disso a amizade entre os membros do antigo Trio 'MSN' é muito velorizado pelos três pés do tridente. Desde a chegada de Neymar, o argentino o recebeu de braços abertos [da mesma maneira como Ronaldinho Gaúcho fez antes com o próprio Messi].
Pulverizador de recordes, Messi já não demonstrava irritação quando algum companheiro lhe pedia para bater um pênalti ou falta. Isso está registrado quando Luis Suárez brigava pela Chuteira de Ouro, e até mesmo quando Neymar pediu para cobrar a falta que fez o 4-1 para o Barcelona naquele histórico 6-1 sobre o PSG.
No entanto, talvez tenha sido na virada heroica sobre os parisienses que Ney começou a pensar em deixar o Camp Nou. Embora tenha sido o grande protagonista do jogo, a foto popularizada nos jornais foi a de Messi, com punhos cerrados, nos braços dos torcedores.
É aí que entra o Paris Saint-Germain, com grandes promessas de grandiosidade e um caminhão de dinheiro nunca visto antes no futebol. Na capital fracesa, Neymar teria que ser o dono do time. Só que experiência não se compra com petrodólares, e se possui toda essa hierarquia no futebol Messi a construiu com protagonismo em gols e títulos.
Neymar tem um grande talento, e provavelmente será eleito o melhor jogador do mundo em um futuro próximo. Mas precisará exercitar um pouco mais a sua paciência, assim como o próprio Messi já fez no início de carreira, e como fizeram nomes históricos como Zlatan Ibrahimovic, Thierry Henry, Dani Alves e Xavi. Liderança não compra, tampouco se exige: se ganha.