Desde 2015 em Portugal, Nenê Bonilha está completamente adaptado ao futebol europeu e, aos 25 anos, pensa em seguir trilhando sua carreira pelo velho continente. O meia, que defendeu o Nacional da Madeira por uma temporada e desde o ano passado está no Vitória de Setúbal, porém, não esquece tudo o que viveu no Corinthians, entre 2011 e 2013, mesmo tendo vestido a camisa do 'Timão' em apenas seis partidas.
Em entrevista exclusiva à 'Goal Brasil', Nenê Bonilha disse que o fato de ter chegado ao Corinthians em um momento conturbado, com a eliminação para o Tolima, e a concorrência com jogadores consagrados acabou contribuindo para que ele tivesse poucas oportunidades. Apesar disso, o jogador fez questão de enaltecer o que aprendeu com Tite e Carille e afirmou que os dois merecem estar vivendo todo esse sucesso na Seleção Brasileira e no 'Timão', respectivamente.
“É o que eu sempre costumo comentar. Aprendi muito no Corinthians, guardo ótimas lembranças, mas cheguei lá na época errada. O time estava passando por dificuldades, tinha acabado de ser eliminado pelo Tolima, então a pressão era muito grande. Naquele momento o Tite, que foi um cara que me ensinou muita coisa, teve cuidado para lançar os mais jovens. Tinham muitos jogadores consagrados também, então sabia que seria difícil jogar”, declarou o meia, que fez parte do grupo campeão do Brasileirão de 2011 e do Paulistão de 2013.
“Aprendi muito com os dois (Tite e Carille). São pessoas sensacionais que merecem todo esse sucesso. O Tite conquistou tudo no Corinthians e está muito bem na Seleção. É muito estudioso, inteligente e amigo de todos. Para mim é um dos melhores treinadores da atualidade. O Carille também é um profissional muito bom. Foi uma pessoa que me ajudou muito no Corinthians e me deu várias orientações que levo até hoje comigo. Fico feliz que esteja começando muito bem sua carreira de treinador. Torço muito para que os dois continuem tendo esse sucesso”, completou.
Sem espaço na equipe do Parque São Jorge, Nenê Bonilha pediu para ser emprestado e rodou por vários clubes do Brasil antes de seguir para Portugal. Hoje, mais experiente, o jogador revela que teria esperado um pouco mais por oportunidades no Corinthians.
“Era muito jovem e sempre queria estar jogando, então pedi para ser emprestado... Hoje, mais experiente e maduro, teria esperado um pouco mais. Depois, o Tite começou a dar mais chances aos jovens, então acho que teria tido oportunidades de mostrar meu potencial se tivesse tido mais paciência. De qualquer maneira, só tenho que agradecer ao Corinthians e a todos que me ajudaram naquela época. Levo como aprendizado a experiência que passei lá”, ressaltou.
Em Portugal, Nenê Bonilha não teve problema de adaptação e rapidamente se destacou pelo Nacional. A única coisa que incomodou o brasileiro foi o estilo de revezamento utilizado bastante no futebol europeu e seguido pelo técnico Manuel Machado. Apesar disso, o meia explica que a escolha de se transferir para o Vitória de Setúbal se deu por outros motivos.
“Dei uma entrevista e acho que as pessoas não me interpretaram bem. Não tinha e nunca tive nada contra ele. No início foi difícil me acostumar com o estilo de revezamento que os treinadores utilizam aqui. Ficava bravo, porque queria estar sempre jogando, mas vi que não era nada pessoal e é impossível ele me agradar o tempo todo assim como eu agradar ele também. Saí porque tive a oportunidade de ter uma nova experiência em um clube mais próximo da capital, mas só tenho elogios e agradecimentos a todos e por tudo o que passei no Nacional em um ano”, explicou Nenê Bonilha, que, em dois anos em Portugal, passou por várias histórias curiosas e engraçadas.
“Sempre falo que tudo acontece comigo. Passei por várias histórias, mas acho que a mais engraçada foi quando fui pela primeira vez no cinema com a minha namorada e não sabia que em Portugal tem pausa no meio do filme. Estava indo embora nervoso e aí uma funcionária me explicou a situação (risos)”, contou.