O Palmeiras não conseguiu mostrar um bom futebol diante do Vitória no último domingo, no Allianz Parque. No entanto, após sair atrás no marcador, o time alviverde conseguiu uma boa virada e a vitória sobre o time baiano, voltando a vencer após a derrota no meio de semana para o Corinthians que terminou com uma grande invencibilidade da equipe jogando em casa.
De olho na Libertadores, onde precisa de uma vitória por dois gols de diferença contra o Barcelona do Equador, sem poder levar nenhum, o técnico Cuca ainda tenta encontrar a maneira ideal para o seu time atuar. Com grandes dores de cabeça nas primeiras semanas comandando o clube, o técnico também terá que lidar com mais um grande problema no time: a insatisfação dos jogadores reservas que querem mais oportunidades para atuar como titulares.
Neste domingo, Michel Bastos começou a partida como reserva diante do time baiano, mas acabou entrando no meio da segunda etapa na vaga do venezuelano Guerra, mostrando vontade e dando a assistência para o segundo gol de Dudu.
No entanto, na entrevista logo após o apito final e mesmo com a vitória no duelo, o meia contratado junto ao São Paulo no começo da temporada mostrou um grande incômodo por ficar na reserva. Sem criticar a escolha do técnico Cuca, Michel Bastos revelou não estar acostumado com esta situalão em que se encontra atualmente.
"Quero jogar. Não importa a posição. Em 16 anos, é uma situação nova, você não jogar e inúmeras vezes não ser utilizado. Respeito a escolha do treinador, mas para mim tem sido difícil. Eu não posso exigir muita coisa e tenho que trabalhar. E onde me colocar eu vou dar o meu melhor", afirmou Michel, após a partida.
Neste Brasileirão, Michel Bastos fez oito jogos com a camisa alviverde e já não pode atuar por mais nenhuma outra equipe da primeira divisão na competição. Até aqui o meia, que também pode ser utilizado na lateral-esquerda, disputou quatro partidas como titular e outras quatro entrou ao longo do jogo, vindo do banco de reservas.
Os números de Michel estão longe de ser empolgantes, principalmente devido ao pouco tempo que foi utilizado por Cuca nas partidas – cerca de 400 minutos. O meia não marcou nenhum gol e concedeu sua primeira assistência apenas neste domingo. Das 13 finalizações que arriscou, apenas duas tiveram o gol como alvo. Na parte defensiva, foram apenas 10 desarmes e 80% dos passes que deu foram certeiros, além de quatro faltas feitas e dois amarelos tomados.
Enquanto Michel falou sobre o incômodo, Cuca preferiu não entrar nos méritos da reclamação e falar sobre onde ele deverá ser utilizado, dando a entender que ele terá mais oportunidades principalmente na lateral-esquerda, lembrando que ele já jogou na posição na Seleção Brasileira como titular no Mundial de 2010.
"O Zé (Roberto) é para ser trabalhado no meio campo, não mais na lateral. Até por entender e ele também querer ser utilizado dessa forma. O talento, a categoria dele, a visão de jogo, tudo isso vai ajudar no meio-campo. Tenho trabalhado o Michel na lateral, hoje o jogo pediu ele no meio. Mas ele está pronto para ser concorrente do Egídio e muito em breve pode ter a oportunidade dele. O Michel foi, se não me engano, titular da seleção por ali. Então é importante, porque na conversa que mostrou muito favorável a fazer isso", disse Cuca.
Enquanto tenta ajeitar o time dentro de campo, o treinador alviverde também terá que ficar atento nos jogadores que estão lutando por uma vaga na equipe titular, evitando um racha no elenco que possa comprometer ainda mais o restante da temporada do Palmeiras que já teve problemas suficientes no primeiro semestre de 2017.