A bola já estava cantada aqui por essa mesma coluna na 'Goal.com' desde março: Jô mudou, e era preciso respeitá-lo. E ainda por cima, corrigiu tudo aquilo que havia de deficiência: velocidade, técnica no 1 contra 1, qualidade individual e o jogo de movimentação fora da área. É, até o momento, o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2017. Sábado, contra o Atlético Paranaense guardou mais dois no empate por 2x2 na Arena Corinthians.
Esqueça de uma vez por todas o Jô do 7-1. O Novo Jô é diferente, eficaz, frio e letal. Joga pros outros, para ele mesmo e para o 'Teamwork' de Carille. Não é anormal ver Jô dando suporte para Balbuena ou Pablo na defesa. Me lembra, guardadas as devidas proporções, o 'Viola' de 1994 e 1995, quando voltava toda hora e arrancava na força física para auxiliar Marcelinho Carioca, Marques e Souza.
Para quem acha que não há chance alguma de ver Jô convocado para a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, acho bom colocar as barbas de molho.
Eu não sei se Jô irá, mas o novo Jô começa a dar as caras de uma forma muito competitiva nessa disputa.
Primeiro porque Tite não possui um reserva para Gabriel Jesus com as características de Jô. Diego Souza e Roberto Firmino não são homens clássicos de área, e francamente acho difícil que Tite vá para a Rússia sem um jogador com esta característica. Tite sempre prezou por seus elencos com características variadas.
Lembrando que o primeiro conta com um grande preconceito por grande parte da opinião pública (que infelizmente ainda acontece) por atuar num clube do Nordeste. Acho que pelo Sport, na 'Hora H', não vai, por 'N' razões que não vem ao caso. E temos Roberto Firmino, que por sua vez, anda oscilando demais no Liverpool, fazendo o clássico posicionamento de 'Raumdeuter'.
Creio que, se realmente estes dois nomes dançarem com o tempo, a briga de Jô para 2018 seja com Luan do Grêmio e até com Fred, injustamente crucificado em 2014 por um coletivo de Scolari que simplesmente deu errado.
Outra vantagem de Jô que pode pesar numa decisão de Tite é que o próprio Jô conhece a Rússia como ninguém. Ídolo no CSKA, conhecer bem a aclimatação russa pode ajudar bastante.
Jô tem a chance de ser o primeiro artilheiro do Corinthians em Brasileirões na história. Se conseguir (e o título por tabela), creio que a vaga estará com um pé nas costas. E um pé em Moscou.
Eu não sei quem vai dançar nos 23. Mas que Jô irá para a Copa, se continuar letal e voluntarioso assim, as chances são imensas.
Voa, Jô !