Zé Roberto já se despediu dos gramados, e se quisesse poderia continuar jogando mesmo aos 43 anos. Mas a decisão do craque brasileiro, que vai passar a desempenhar um papel administrativo dentro do Palmeiras, é definitiva.
Por isso, qualquer tipo de homenagem à sua brilhante carreira é bem-vinda. Uma delas veio de Élber, que foi adversário e companheiro de equipe de Zé nos tempos de futebol alemão. E ainda que a parceria tenha durado pouco mais de uma temporada, após a chegada de Zé Roberto ao Bayern em 2002, Élber garantiu que ‘tira o chapéu’ para o amigo.
“Ele era um jogador extremamente bom, e uma pessoa espetacular. Eu já o conhecia por causa da Seleção Brasileira, então quando ele saiu do Leverkusen para reforçar o Bayern, em 2002, eu já sabia que iria dar certo. Ele serviu Ulf Kirsten em vários gols no Leverkusen, então eu sabia que me daria bem”, afirmou com exclusividade para a 'Goal'.
“Nós tínhamos muito contato, dentro e fora de campo. Eu ia para a sua casa e o convidava para a minha. Jantávamos juntos, com nossas famílias. Ele tinha filhos pequenos, e os meus filhos também eram pequenos na época”, contou Élber, que escolheu o ponto alto da parceria com Zé Roberto no Bayern.
“Foi um jogo contra o Borussia Mönchengladbach. Eu estava há seis ou sete jogos sem fazer gols, e aí o Zé disparou para dentro da área e eu pedi: ‘Zé!!! Aqui!!!’. Ele tocou a bola, e eu estava de costas para o gol. E aí marquei de calcanhar. Foi uma grande assistência, típica do Zé Roberto”, relembrou. “Ele era um jogador sem egoísmos, que sempre olhava para todos os lados para buscar um companheiro em posição melhor. Se você é especialmente um atacante, tem que amar jogadores como o Zé Roberto”.
Élber, por fim, exaltou o legado de Zé Roberto e revelou o caráter calmo do amigo dentro do vestiário: “É de tirar o chapéu! Ele viveu o futebol, uma vida pelo futebol. Desde quando era criança, sabia das dificuldades de virar um profissional. Mas ele conseguiu. Por causa do futebol, tudo melhorou tanto para ele quanto para a sua família. Assim como vários jogadores brasileiros, ele veio de origem pobre. Ele viveu em completo profissionalismo. Isso não quer dizer que nós, demais jogadores, não éramos profissionais. Mas o Zé era especial, ele era absolutamente obcecado por futebol”.
“Ele era um cara muito, muito calmo. Um pai de família mesmo. Ele faz tudo pelos seus filhos, está sempre pronto para a sua esposa. Ele nunca se esqueceu de onde veio, mesmo quando jogou no Real Madrid, Bayer Leverkusen e Bayern de Munique”, completou.