Paulo Dybala talvez tenha sido a grande decepção na final da última Champions League. O atacante capaz de fazer a diferença, o argentino não conseguiu criar uma chance de gol para a Juventus e não acertou o único chute por ele arriscado contra a meta do Real Madrid. Quando foi substituído, a Juve já perdia por 3-1 e ainda levaria mais um gol antes do apito final.
Contrariando a grande expectativa depositada em seus ombros, o jovem nascido na província argentina de Córdoba mostrou que as comparações com Lionel Messi ou Neymar ainda eram apenas previsões de um talento em desenvolvimento. Afinal de contas, ainda tem 23 anos.
No entanto, a nova temporada pode marcar mais um passo a ser dado por Dybala. O jovem trocou a tradicional camisa 21 da 'Vecchia Signora' [vestida por lendas como Zidane e Andrea Pirlo] pela gigante 10. Sobre suas costas, muito mais do que a dezena reservada à maioria dos grandes craques do Esporte Bretão: a responsabilidade de, mais do que nunca, ser o cara que vai decidir para o clube de Turim.
E, no Campeonato Italiano, é o que Dybala tem feito. Nenhum outro jogador nas 5 principais ligas nacionais da Europa balança as redes com menor espaço de tempo [37,63 minutos para gols marcados, em média]. Em quatro rodadas de Serie A o argentino já soma 8 gols, média de 2 tentos seus a cada partida disputada dentro da Bota. Além disso, o novo 10 juventino já guardou dois hat-tricks [nome usado quando alguém balança as redes três vezes em um único jogo].
Dybala é artilheiro isolado do Campeonato Italiano, e já alcançou 27,6% da marca atingida na última temporada pelo maior goleador do certame [29 gols marcados por Edin Dzeko, da Roma]. Jogando atrás de Higuaín, no 4-2-3-1 armado por Massimiliano Allegri, o argentino mostra criatividade e poder decisivo. É o homem que pode levar os Bianconeri a um inédito heptacampeonato nacional, embora ainda seja cedo para fazer previsões de título.
O objetivo maior da Juventus, no entanto, segue a Champions League, que não vem desde 1995-96 e que bateu na trave em 2014 e 2017. A estreia dos italianos na competição foi trágica, com derrota por 3 a 0 para o Barcelona em dia inspirado de Lionel Messi – autor de dois gols.
Dybala, no entanto, foi um dos poucos que se salvaram no revés. Não se escondeu em campo. Apenas Messi arriscou e acertou mais arremates a gol do que o conterrâneo mais novo [Messi arriscou 5 chutes contra 3 de Dybala, e acertou o alvo 3 vezes contra 2 do juventino]. O camisa 10 da Juve tem potencial para ser um dos maiores nomes do futebol no futuro, afirmação cravada por vários especialistas no assunto. E nesta temporada, que ainda está no início, pode dar mais um passo na busca para se colocar entre os grandes craques do futebol atual.
Texto por Tauan Ambrosio