Os dois primeiros jogos oficiais da Seleção Brasileira após garantir a classificação para a Copa do Mundo tiveram um saldo positivo. Pelo menos foi assim que o técnico Tite definiu e também é assim que a imprensa nacional enxerga o desempenho da 'canarinha' na última rodada dupla do torneio.
Com o Mundial na cabeça, o treinador deixou claro que a Copa já havia começado e queria o time atuando pressionado. Talvez os jogadores tenham assimilado isso, o que pode explicar a dificuldade inicial contra o Equador, na Arena do Grêmio, mas a equipe conseguiu driblar o problema e resolver a partida. Já contra a Colômbia, em Barranquilla, mesmo com o empate, a atuação foi bem melhor.
"Está mantendo bem o nível, eu acho que agora a gente não está mais falando nas Eliminatórias, estamos falando em preparação para a Copa. Então, o resultado agora é secundário, estamos analisando o time e pensando como o time vai se comportar na Copa. Eu achei especialmente a atuação contra a Colômbia muita boa, pelas dificuldades, pela loucura logística de jogar a primeira em Porto Alegre e depois em Barranquilla, o sacrificio que o Sul-Americano faz para defender a sua seleção é impressionante, os europeus não fazem a mesma coisa, não fariam", afirmou Tim Vickery, correspondente da 'BBC' no Brasil.
Mesmo elogiando a postura da Seleção, Tim alertou para algo que pode se tornar um problema grave e precisa, o fato dos laterais brasileiros atuaram melhor ofensivamente e, as vezes, deixarem a desejar no setor defensivo.
"Mas vamos olhar para os problemas que no meu modo de ver tem dois, um é o espaço que o Brasil dá nas costas dos laterais, ou até a maneira que os laterais defendes, tanto Marcelo quando Daniel Alves são melhores no apoio do que na defesa. Até contra a Colômbia, com o Filipe Luis que é mais defensivo, O Brasil teve mais problemas nesse setor e até sofreu o gol por alí. Então, os adversários vão estar vendo isso e pensando em como aproveitar".
A perda dos 100% nas Eliminatórias sob o comando de Tite não foi um problema, pode ter sido até uma solução. Carregar esse peso as vésperas da Copa do Mundo podia tirar a equipe da realidade.
Para Igor Siqueira, do jornal 'LANCE', a Colômbia foi o adversário que mais impôs dificuldade à Seleção Brasileira desde que o treinador assumiu a equipe. Ele também ressaltou, que apesar do resultado, a Canarinho continua mostrando um bom futebol.
"Acho que o Brasil manteve a tranquilidade para jogar mesmo com algumas mudanças que o Tite fez, não adianta a gente esperar que ele fosse 100% até a Copa porque no futebol isso é praticamente um milagre, mas de qualquer forma o Brasil não deixou a peteca cair, continua mostrando um futebol de qualidade mesmo contra o Equador teve o primeiro tempo ruim mas o time melhorou depois e contra a Colômbia um jogo difícil, a Seleção que mais impôs dificuldade ao time do Tite no jogo de ida e agora no jogo da volta, um calor grande. Um resultado do futebol o empate, agora é continuar o caminho até a Rússia".
Carlos Eduardo Mansur, do jornal 'O Globo', ressaltou que a Seleção teve que buscar soluções durante os jogos e que duelos como contra a Colômbia são importantes para buscar ajustes
"Contra um rival que precisava competir pelos pontos, empurrado por sua gente, num ambiente espetacular de estádio e sob forte calor, a seleção passou por um exercício de encontrar soluções em parte do jogo. Nem sempre tudo funcionou às mil maravilhas, e o time foi se estabilizando ao longo da partida. Talvez por isso, Tite tenha se mostrado satisfeito. Jogos assim ajudam a produzir ajustes".
O Brasil volta a campo em outubro para fechar a participação nas Eliminatórias contra Bolívia, em La Paz, e Chile, em São Paulo. Com 37 pontos, o time de Tite pode chegar a 43 e igualar o recorde da Argentina de 2002.